É fácil compreender porque a instalação dos chamados medidores inteligentes pela Amazonas Energia vem ganhando ferrenha oposição dos políticos, que judicializaram a questão: dá votos, mas confere legitimidade ao furto. A questão não é a altura do medidor, que sai da frente das residências para o poste. É a frequência com que alguns se apropriam de um bem que tem custos e lá na frente fatalmente vai contribuir para o desabastecimento da cidade.

O vai e vem de decisões judiciais no Amazonas avança sobre competência da Agência Reguladora de Energia Elétrica -Aneel - e sobre jurisdição federal.

É óbvio que as decisões do Tribunal de Justiça do Amazonas vão cair e os medidores serão instalados em algum momento, muito provavelmente não pelos atuais controladores da Amazonas Energia, que estão a um passo e perder a concessão, mas por outros agentes econömicos, com expertise no setor elétrico.

É escandaloso o dado conferido pela Aneel de que 44% da energia injetada no sistema de distribuição em Manaus são desviados.

Isso explica, ao menos em termos, porque os atuais controladores não conseguem honrar compromissos com a Eletrobrás - a dívida, que deveria ter sido paga em 31 de dezembro, é de R$ 7 bilhões.

Provavelmente a Oliveira não poderá transferir esse passivo para outros interessados, como a BTG  Pactual.

Vencer a licitação em 2018 foi um sonho de uma empresa amazonense. Perdê-la agora, um pesadelo, com consequência para o caixa da empresa.

A BTG Pactual está interessada, mas o governo Lula pode ter outros planos: intervenção ou caducidade da concessão.

Para um governo  estatizante - e agora com forte pressão dos sindicatos, que estão renascendo das cinzas - provavelmente a Amazonas Energia voltará a ser administrada pelo próprio governo federal, para a alegria da classe política e para o sucateamento ainda maior do sistema de fornecimento de energia em Manaus.

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