Saúde: Crise longe do fim
O governo do Amazonas gastou R$ 2,6 bilhões nas ações de saúde em 2019. Os resultados por si mesmos apontam que os recursos ou foram desperdiçados ou empregados de forma inadequada. Agora o governo começa um processo de reestruturação do setor, que é bem vindo, mas inicia de forma equivocada. A contratação direta de técnicos de enfermagem indica um mau começo, e que não foi feito, como era esperado, um diagnóstico do problema - que não está nas empresas terceirizadas - que podem até ser parte da crise, mas não o problema central - que é a falta de otimização dos recursos e seu emprego de forma organizada e profissional.
Medidas para melhorar o abastecimento de medicamentos e insumos, conforme anunciado, não são solução se não vierem dentro de um rígido controle, que começa na compra, na entrada, na entrega dos produtos e na sua utilização. Do contrário, você que é contribuinte continuará recebendo um serviço precário, longe daquilo que é investido e pago por ele.
O governo não ataca o principal entrave, que é a falta de leitos na rede hospitalar, nem elenca um personagem dessa história - os médicos, fundamentais para tornar qualquer restruturação bem sucedida. Primeiro, eles tem que existir em número adequado. Segundo, comparecer aos plantões, o que nem sempre acontece.
JOSUÉ DIZ O QUE FALTOU
Do deputado Josué Neto : “O Estado do Amazonas arrecadou R$ 2,6 bilhões a mais do que o previsto, ou seja, teve excesso de arrecadação. Isso quer dizer que não era pra ter essa crise na Saúde. O governo não acertou nas prioridades.”
ASSUNTOS: amazonas wilson lima, crise na saude, HOSPITAL FRANCISCA MENDES, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.