A seca e a emergência antecipada pelo governador Wilson Lima
A antecipação do Estado de Emergência em razão da provável seca no Amazonas é um fato inédito, mas faz sentido na medida em que a prevenção é um meio eficaz de evitar deslocamentos de populações, crise no abastecimento, destruição de lavouras e fome.
Nesse aspecto, acerta o governador Wilson Lima em delimitar áreas no entorno das calhas dos rios Solimões, Juruá e Purus. Mas a emergência não é um passe livre para gastos sem controle. A sociedade pode acompanhar as ações do governo através de expedientes que serão públicos e com a necessária transparência.
O governador anunciou a criação de comitês de enfrentamento à estiagem, que devem atuar a partir de informações que balizarão as ações do governo.
Mas é preciso privilegiar a municipalidade, que parece, num primeiro momento, excluída do processo.
Não se viu nas medidas anunciadas pelo governador a participação de representantes das prefeituras, mas apenas de especialistas da UEA, Fapeam e da administração direta e indireta do governo estadual.
É uma questão básica, de respeito a autonomia dos municípios e da autoridade de seus gestores.
Nada de tão complicado que não possa ser inserido na medida de emergência anunciada em bom tempo pelo governo.
ASSUNTOS: Amazonas, estiagem, Juruá, Purus, seca, situação de emergência, Wilson Lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.