Seca, fumaça em Manaus e o discurso demagógico
Manaus vive um problema grave: a poluição do ar, provocada pelas queimadas, aliada a uma seca sem precedentes. Tudo o que poderia estar sendo debatido pelos sete candidatos a prefeito, mas o assunto em voga é tinta - que também maquia o discurso de quem não sabe o que diz, nem tem experiência administrativa.
A seca provoca êxodo sem precedentes - do interior para a capital - criando um problema social também grave, e um dos candidatos, o mais afoito e despreparado para enfrentar os desafios do futuro, ataca a liberdade de expressão, entrando com medidas judiciais contra aqueles que questionam seu comportamento estranho, sua soberba, sua conduta hostil contra a imprensa, seu despreparo para administrar a cidade.
E é desrespeitoso com os adversários - nos debates chama um concorrente de doido e os demais de corruptos ou, nas palavras dele, cegos ao fechar olhos à corrupção.
Apontando o dedo para todos que o enfrentam - vou usar uma frase bíblica que se aplica bem ao candidato - não vê a trave em seus olhos, que o deixa vesgo e cego, incapaz de uma autocrítica, de uma reavaliação de seu comportamento.
Felizmente esse discurso - de super-honesto - é inquestionável para suas redes sociais, formadas de bolhas que podem estourar, mas não para uma população sofrida, cansada de discursos demagógicos e de falsas promessas.
ASSUNTOS: campanha, candidatos a prefeito, eleição 2024, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.