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Segurança não se faz apenas com Polícia


Por Raimundo de Holanda

28/01/2024 21h10 — em
Bastidores da Política


  • “Combater” as facções criminosas, como pretende o governo - sem eliminar a corrupção de agentes públicos - é enxugar gelo

Segurança pública tem sido o grande apelo dos brasileiros. O governo responde com a promessa de mais armas e polícia. O alvo é o crime organizado, quando a violência começa dentro de casa ou entre vizinhos. 

É compreensível falar em polícia quando contabilizado o número de assaltos numa cidade como Manaus, por exemplo, que somente em 2023 registrou  25.527 roubos, incluindo veículos, residências, comércio  e “transeuntes”. Mas os homicídios - foram 1254 até novembro, parte em decorrência de relações partidas. Amigos que se estranharam no balcão de um bar, vizinhos que foram para a forra motivados  apenas pelo choro de uma criança. 

Como a família, desestruturada em razão da falta de empregos, deixou de ser porto seguro para muitos jovens, as facções criminosas atuam para atrair novos “soldados. O resultado é essa tragédia urbana com a qual nos deparamos todos os dias.

É cinismo afirmar que a violência urbana está nas facções. De certa forma está, mas as facções não teriam   se apossado de bairros inteiros nas capitais do País sem a conivência das autoridades. Temos repetido isso diariamente… mas ninguém ouve, não interessa ouvir…

Combatê-las, sem eliminar a corrupção de agentes públicos, é  enxugar gelo 

Inverter a política de segurança deve ser a prioridade dos governos, caso tenham a real intenção de fazer o mínimo esperado.  Educação, esporte e lazer são a base para transformar a sociedade.  

Chegar depois do crime consumado é desperdiçar recursos que poderiam estar sendo aplicados  na melhoria das condições de vida da população.

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ASSUNTOS: facções, homicídios, Manaus, roubos, Segurança Pública

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.