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Sepultem os mortos, mas não enterrem a esperança dos que ainda lutam pela vida


Por Raimundo de Holanda

28/04/2020 20h39 — em
Bastidores da Política


  • A previsão de mais 4.500 corpos para enterro nos próximos 30 dias, feita pelo secretário de Limpeza Urbana, Paulo Farias, não é um sinal vermelho de uma crise que parece chegar ao seu pico em Manaus. É uma tragédia humana sem precedentes na história da cidade e do Estado.

Mais do que a preocupação com a  falta de espaço para enterrar os que ainda não morreram, é preciso que as autoridades busquem salvar vidas, reduzir a mortandade e deixar de, com declarações intempestivas, provocar pânico na população.

A declaração do secretário tem um componente de horror e desesperança. Tudo o que a população precisa é de fé  nas autoridades, de crença no futuro. E se alguma coisa deve ser dita é pedir a adesão de todos  ao isolamento social, evitando as filas em torno das loterias,  aglomerações em mercados  e feiras, conscientizando que essa  luta contra  a Covid agora e uma luta de todos  pela vida.

O que não se pode e não se deve é enterrar a esperança.

A mensagem correta a ser passada pelas autoridades não é sobre eventuais covas a serem abertas, mas que se todos se prevenirem, se todos se cuidarem, o vírus perderá força e a vida prevalecerá sobre a morte.Ao menos a morte prematura, que rouba nossos pais, nossos avós e nossos filhos.

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ASSUNTOS: Bolsonaro, enterros em Manaus, mortes pela covid-19 em Manaus, pandemia, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.