Silas Câmara, o inocente
Aconteceu o que estava previsto: forças ocultas atuaram e Silas Câmara (Republicanos), que estava praticamente com o mandato cassado pelo “crime de captação e gastos ilícitos na campanha de 2022”, acabou absolvido pelo Tribunal Eleitoral. “Foi Deus”, disse Câmara, ao comemorar o resultado. Mas tem muita gente achando que foi o diabo.
Tem alguma coisa de sobrenatural na mudança de entendimento dos juízes, especialmente do relator, Pedro Araújo Ribeiro, mas como disse outro juiz da corte, Marcelo Vieira, “é dado ao julgador a discricionariedade divina de escrever certo por linhas tortas”, o que coloca cada um deles na posição de deuses ou semi-deuses. Quem pode ir contra o que é divino?
Silas sai, como disse, nos braços do povo e com a ficha eleitoral limpa. Sua condenação mexeria com a bancada federal do Amazonas. Cairia mais um deputado, votos seriam redistribuídos. Uma gama de interesses estava em jogo. Aí entrou a magia, a alquimia, o exoterismo e os deuses que tudo acalmam, tudo pacificam…
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ASSUNTOS: Amazonas, Manaus, Silas Câmara, TRE-Am
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.