Sobre a criança que morreu na Hapvida
Arthur Areias completou dez anos. Não passou dessa idade. Poderia viver 60 ou 80 com o sangue pedindo passagem para bombear seu coração. O “sopro’’ incomodava seu pai, o advogado Robert Lincoln, a quem os médicos da Hapvida disseram que poderia ser resolvido com uma cirurgia, aparentemente complexa, mas com baixo risco. Não foi o que aconteceu, O menino morreu na mesa de cirurgia.
O caso precisa ser investigado. Primeiro, se a cirurgia era urgente. Segundo, se a equipe médica dispunha dos equipamentos necessários para o procedimento. E terceiro, se o anestesista, que acompanha os sinais vitais do paciente - pressão arterial, pulso, ritmo cardíaco, respiração e temperatura corporal esteve todo o tempo necessário assistindo a Arthur.
Médico salvam vidas, mas não são deuses. Erram mais do que acertam, mas erram procurando acertar. Aqui e ali o inesperado acontece…Para eles a vida continua, para Robert Lincoln fica a lembrança de um adeus que começou na ante-sala, quando abraçou o filho e o viu caminhar por um corredor que o conduziria a outros mundos, a outras vidas… E uma dor que Robert já não consegue conter. Uma dor que vai demorar a passar.
ASSUNTOS: Pai culpa médicos por morte de criança na Hapvoda
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.