Sobre a exploração de potássio em Autazes
A exploração de potássio no Amazonas, minério utilizado na produção de fertilizantes, vital para o agronegócio, empacou diante da ação do Ministério Público Federal que ajuizou diversas ações para impedir a atuação de mineradoras no município de Autazes.
É um projeto importante para o país. Fora a questão ligada às terras indígenas, cabe um debate franco e aberto sobre seu real efeito na vida das populações que serão afetadas, impactos ao meio ambiente, os custos para a região e sua biodiversidade.
Parece irrelevante discutir se a mina de cloreto de potássio se encontra em terras ocupadas pelos índios Mura, mas avaliar o essencial: a defesa do meio ambiente assumida pelo Brasil em fóruns internacionais é uma farsa ou contém uma preocupação real com a preservação da floresta amazônica e seus recursos naturais ?
O esforço para negociar crédito de carbono, um mercado bilionário e que passa fundamentalmente pela defesa de todo o ecossistema e não apenas de árvores, vem sendo levado a sério pelo País, ou é uma cortina para esconder projetos de alto impacto ambiental e, portanto, nocivos à região?
É inegável que a exploração do potássio geraria muitos empregos, mas há riscos em cascata: rompimento de barragens, poluição de rios, destruição do ecossistema que não se limitaria a área da mina a ser explorada.
ASSUNTOS: Amazonas, Autazes, ecossistema, floresta amazônica, Potássio do Brasil
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.