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Sobre Gabrielle, Isabelle, vacina na UBS e um grito de esperança


Por Raimundo de Holanda

20/01/2021 18h29 — em
Bastidores da Política



Está claro que a Prefeitura de Manaus  priorizou seus funcionários para receber a dose da vacina  Coronavac. As prioridades definidas anteriormente - de vacinar médicos e enfermeiros nas unidades  do Estado - pareciam claras demais para ser ignoradas. Mas, convenhamos, nas UBS o pessoal também atua na linha de frente de combate ao Covid. E é injusto acusar  duas médicas - Isabelle e Gabrielle - de terem furado a fila da vacina. Não furaram. As duas trabalham há  oito  meses na linha de frente contra o Covid e o fato de serem jovens não  as exclui do grupo prioritário.

A renomeação  de uma delas foi o estopim para uma crise de inveja, oportunismo e intrigas.

É bom lembrar que todos os funcionários comissionados foram demitidos na passagem da administração Arthur para David. A renovação  é natural e não condiz com a realidade o fato erroneamente divulgado de que ontem foi o primeiro dia de uma delas na unidade de saúde.E se fosse ? 

A vacina é importante, mas chegou para poucos. Vai demorar a atingir toda a população em idade de receber a primeira e segunda doses. Vamos depender basicamente de medidas paliativas  para deter o vírus e, nas unidades de saúde, de médicos jovens.

Desestimulá-los agora, como tentaram fazer com Isabelle e Gabrielle - é criminoso, atenta contra a dignidade de quem está precisando de socorro, de quem vai precisar de socorro.

E por que? Porque jovens médicos são de classe média alta, são mantidos pelos pais, têm seus consultórios, não precisariam estar no centro de pandemia. Mas estão. Erram apenas por ser entusiastas, por apostar no futuro, por  festejar qualquer conquista.

Mas isso é um erro mesmo? Não é um canto de esperança? Um grito de vitória que deve ecoar em todos os corações neste momento ?

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.