Sobre a greve dos professores e os impactos negativos na vida das pessoas
- A greve de uma categoria como a dos professores impacta enormemente na vida da cidade, do Estado e na educação das crianças. Pode ser evitada quando há inteligência dos dois lados…
Os professores da rede pública de ensino sabem pisar nos calos do governo. O histórico das greves da categoria no Amazonas é largamente desfavorável ao Estado, que no final acaba cedendo.
Os professores deixaram as escolas fechadas e foram para as ruas.
Fazem uma greve que poderia ter sido evitada se o governo exercesse minimamente sua capacidade de negociar. Mas sempre dá passos errados, de confronto. Foi à Justiça requerer medida judicial que considerou o movimento ilegal. Mas os professores permaneceram parados.
Levaram o governo para a mesa de negociação e conseguiram uma proposta de reajuste salarial de 8%. Vão insistir nos 17%. Provavelmente levarão menos...
Primeiro erro do governo: ir para a mesa de negociações com um sindicato que não acata medida judicial é um tipo de comportamento que convalida esse desrespeito ao Judiciário
Segundo erro: ceder, nas circunstâncias que está cedendo.
Se era possível conceder reajustes salariais aos professores, por que permitir que a coisa chegasse ao nível que chegou, com escolas fechadas, crianças sem aula e o calendário escolar comprometido?
Ah, você é contra que professores ganhem mais ou lutem por melhores salários? Não, não é isso. O que quero demonstrar é que havia - e os fatos estão mostrando isso - caminhos para negociar, fazer propostas, evitar a paralisação.
Os professores usam a força que têm, o apoio dos pais dos alunos e a tática de convencer a opinião Pública. É onde vencem a queda de braço com o Estado.
A greve de uma categoria como a dos professores impacta enormemente na vida da cidade, do Estado e na educação das crianças. Pode ser evitada quando há inteligência dos dois lados…
ASSUNTOS: Amazonas, greve dos professores, Manaus, Seduc, Sinteam
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.