Compartilhe este texto

Sobre a mudança de cor do senador e candidato Eduardo Braga


Por Raimundo de Holanda

20/09/2022 20h53 — em
Bastidores da Política



O senador Eduardo Braga não é branco. E ponto seguido. O caso ainda terá desdobramentos. O parecer da procuradora eleitoral, Catarina Sales Mendes, baliza o pedido do Eduardo para mudança de cor.

A aparência  do senador revela, por si mesmo, resquício da mestiçagem - cruzamento de branco com negros e indígena. O pedido do senador para alterar o seu registro é que é tardio e surpreende.

Para além da alegação de que, como pardo - é o que dizem adversários - a redistribuição do Fundo Partidário o beneficia,  o fato é revelador de uma Justiça Eleitoral falha, que não buscou blindagem contra investidas oportunistas de candidatos em uma área sensível, criada para sanar injustiças  seculares  contra  grupos situados na base da pirâmide, seja para acesso às universidades, seja para pleitear cargos no Legislativo e no Executivo em condições menos desfavoráveis.

Mesmo considerando a estrada sem sinalização deixada pela Justiça Eleitoral em casos relativos a etnia, com alternativa da mudança de cor, bastando para isso uma autodeclaração do candidato, o recurso apresentado pelo senador Eduardo Braga pode ser  justo, mas considerando sua posição no alto da pirâmide, é eticamente reprovável e deve ser rechaçado pelo Pleno do TRE. É o que a sociedade espera.

O senador tem méritos, tem legado, tem uma base partidária forte. Não precisava dessa exposição negativa  a que se submete. 

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.