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Sobre a pesquisa do Ipen com eleitores de Manaus


Por Raimundo de Holanda

10/04/2024 20h53 — em
Bastidores da Política


  • Faltou perguntar aos entrevistados se votariam em uma mulher...

A pesquisa Ipen, divulgada nesta quarta-feira, mostra um dado interessante: 64,5% dos eleitores ouvidos não sabem em quem votar. O que é natural quando a fotografia da "alma" do eleitorado ocorre em extenso vácuo de tempo: seis meses antes das eleições. Talvez este seja o melhor retrato de uma sondagem extemporânea. É quase uma tentativa de buscar a imagem de um buraco negro, sem ser sugado por ele.

Faltou perguntar aos entrevistados se votariam em uma mulher. Essa pergunta era essencial. Descortinaria uma obsessão do eleitorado feminino em fazer apostas. E mostraria o grau de ameaça a pré-candidatos melhores situados na sondagem, além de catapultar as mulheres para os lugares onde deveriam estar, como protagonistas de um processo  democrático onde elas representam a maioria  dos cidadãos habilitados a votar em outubro. 

Por exemplo, Maria do Carmo Seffair, pré-candidata pelo Novo, faz forte trabalho junto à classe média e invade um território dominado por Amom Mandel. Muito provavelmente vai ser "descoberta" pelas próximas pesquisas e alterar o topo da tendência mostrada atualmente pelo Ipen. 

Maria é inteligente, obsessiva, obstinada. Para lembrar a canção de Elis, "Maria tem força, tem grana, tem raça", tudo o que conta na seara política. Até onde essa mulher vai, é impossível prever.

Outra que atua no mesmo "curral eleitoral" de Amom é Karol Braz, que também vem aparecendo muito atrás nas pesquisas. Com forte trabalho na classe média, é outra ameaça a Amom Mandel, que pode ser puxado para o rabo da fila quando uma fotografia real, a cores, for captada pelos institutos de pesquisa, lá pelo início de  junho, quando tudo pode mudar. 

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ASSUNTOS: amom mandel, eleição 2024. MANAUS, IPEM

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.