Sobre a pesquisa que deu musculatura ao governador Wilson Lima para disputar reeleição em 2022
Com a massa muscular hipertrofiada pelos escândalos dos respiradores comprados em uma loja de vinhos e prestes a se tornar réu em denúncia-crime que será julgada no dia 20 pelo Superior Tribunal de Justiça, o governador do Amazonas, Wilson Lima, ganhou uma relativa musculatura na pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto Big Data, que encontrou 15% de 1.500 Eleitores pesquisados que disseram que votariam nele em 2022.
Longe de questionar a credibilidade do instituto, mas os números divulgados indicam alguma falha, como o uso, não intencional, de um Equi-boost (esteroide utilizada em cavalos). Nas pesquisas esses esteroides são planilhas sobrepostas e que nem sempre representam a opinião do eleitor, mas mexem com o imaginário coletivo.
Se não foi um erro grave de avaliação - e isso pode ser confirmado ou não por outras pesquisas - foi uma ingênua tentativa de pintar um quadro estiloso da performance politica de um governante decadente, sem credibilidade, que traiu o eleitorado ao fazer promessas durante a campanha de 2018 que não podia cumprir. Pior, ao ser eleito, se distanciou da sociedade.
As pesquisas eleitorais são importantes, mas vale avaliar a quem servem, quem as contrata e como são divulgadas. Exatamente porque influenciam o eleitorado, é preciso que sua divulgação passe antes pelo crivo da Justiça Eleitoral, independentemente da época ou momento em que são tornadas públicas.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.