Sobre ‘Poder’ ficar com a mulher do melhor amigo
Apossar-se do dinheiro público - que é do outro, dos cidadãos - é o mesmo que desejar a mulher do próximo. O “sou honesto, não me aproprio do dinheiro público”, tem o mesmo sentido de “a mulher de meu amigo para mim é homem.”
É homem até que ponto? Até ela ‘dar bola’, aí ele se apropria do seu corpo, ainda que ela seja a mulher do amigo dele - que até então era homem…
O desejo de possuir coisas e ter domínio sobre pessoas está presente na vida de todos - o desejo de conquistar a mulher do outro, (ou o homem) o desejo de ter mais dinheiro, o desejo de construir sonhos.
Por que essas considerações ? Porque toda vez que a Polícia Federal prende ou faz buscas nas casas de políticos e outros agentes públicos, ou um órgão de controle vaza irresponsavelmente uma lista que não foi investigada, os “honestos” saem da toca e invadem as redes sociais para repetir que “todo politico é ladrão”.
O que eles fazem com esse tipo de “ofensa” não é outra coisa senão retratos de si mesmos.
Na prática, o homem convive com esse conflito - de ser honesto, apesar dos desejos irrefreáveis - como possuir poder, bens, mulheres.
Que isso quer dizer? Que honestidade é coisa rara, mas pode ser construída quando nos impomos limites, ou consideramos os outros a partir do que somos.
ASSUNTOS: Corrupção, infidelidade, poder, Policia Federal, sexo
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.