Sorteio para vagas em creches de Manaus foi um erro que precisa ser reparado
Mesmo considerando o prazo exíguo para o início do ano escolar, não parece razoável a utilização do sistema de sorteio para preenchimento de 2.146 vagas nas creches do município de Manaus. Nem mesmo o critério utilizado - 60 por cento das vagas para famílias inscritas no CAD - Cadastro Único - e o restante “para o público em geral”, conforme divulgou a Secretaria de Educação do Município, justifica a forma dada ao sorteio.
A razão é simples: os inscritos no CAD têm renda diferenciada. Uns são mais vulneráveis que outros, ou não haveria distorções no sistema, que em razão de fraudes, especialmente no Bolsa Família, vem sendo rotineiramente alterado pelas prefeituras e pelo Governo Federal.
A intenção da Semed é boa, ao tentar beneficiar um conjunto amplo de famílias interessadas. Mas é injusto na medida em que grupos com renda média ou alta passam a ser beneficiados.
A intervenção da Defensoria Pública é importante e as regras sugeridas pelos defensores bem razoáveis: 100% das vagas para famílias vulneráveis, pontuando com 25 pontos renda de um salário mínimo e 15 pontos para aquelas com até 4 salários.
O Prefeito David Almeida, que tem origem exatamente em família com renda baixa e teve uma infância difícil, saberá reavaliar o assunto, independentemente dos recursos legais apresentados contra o sorteio.
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ASSUNTOS: CAD, Creches, prefeitura de Manaus, Semed
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.