A tênue linha entre a paquera e o assédio
Sexo e política estão tão próximos que dá para mudar um pouco o tom da coluna hoje. E por uma razão simples e preocupante: o excesso de leis que ameaçam a paquera.
Apenas uma tênue linha separa o assédio do flerte.
O que seria do poeta Vinícius de Moraes nos dias de hoje, recitando seu 'Soneto da Devoção' para uma garota na rua?
'Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!.'
Provavelmente seria preso. Mulher nenhuma gosta de ser chamada de cadela, mas adora ouvir que é bonita e gostosa.
Só as feias não gostam, porque nem são bonitas nem gostosas.
Lógico que as mulheres fazem suas escolhas. Se são paqueradas por um careca, gordo e feio vão acusá-lo de assédio. Mas se o galanteio vier de um cara bonito... Bom, é paquera. É assim também no mundo animal. As fêmeas rejeitam os feios.
O comentário vem a propósito da inauguração do voo da Tam ou Latam de Manaus para Buenos Aires. Paquerar nas ruas da capital Argentina pode ser entendido como assédio e resultar em multa de até mil pesos, o equivalente a cerca de R$ 212.
Mas tudo depende da maneira como você vai paquerar. Primeiro, tem que dominar a língua do país vizinho. O risco é você olhar para a garota e dizer - 'Me la como ou me lo como'. Ela pode não entender e você terminar preso. Lá, como aqui, a paquera está seriamente ameaçada por leis muito estranhas. (RH)
R$ 150 MILHOES PARA AS RUAS DO DISTRITO
O Diário Oficial que circula nesta sexta feira já traz a assinatura do Presidente Temer liberando R$ 150 milhões para revitalizar o sistema viário do Distrito Industrial de Manaus neste ano. O dinheiro será repassado para a Prefeitura de Manaus, que licitará a obra.
BRAGA ENTREGA RELATÓRIO NO DOMINGO
O senador Eduado Braga(PMDB), disse à coluna que o relatório final da proposta orçamentária para 2017 será presentado e publicado no próximo domingo. A votação dos relatórios setoriais da proposta ocorrerá na quarta-feira (14) em reunião da Comissão Mista de Orçamento.
VEREADOR ACUSADO DE SER TRAFICANTE
Como no Brasil de hoje a inversão de valores é flagrante, não soou estranha a reeleição do vereador Carlos Rodrigues da Silva (SDD) à Câmara Municipal de Nova Olinda do Norte, apesar de acusado de tráfico de drogas.
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Em 2013 Carlos foi condenado a 8 anos de cadeia pela juíza de Nova Olinda, Sheilla Jordana de Sales, por traficar entorpecentes, mas, graças a uma liminar da desembargadora Encarnação Salgado, pôde disputar o pleito de 2016 e renovar o seu mandato parlamentar.
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O caso irá a julgamento no próximo dia 19 no âmbito do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O processo está nas mãos do novo desembargador Jomar Fernandes.
CPI DO FUTEBOL
Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), a CPI do Futebol deu um grande passo para ajudar a reorganizar e moralizar o futebol brasileiro com a aprovação do relatório final no Congresso Nacional.
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O relatório propõe a previsão do crime de corrupção privada, melhor combate à lavagem de dinheiro, incentivo fiscal aos times pequenos e a organização do Campeonato Brasileiro pelos próprios clubes.
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Um dos projetos constantes no relatório estabelece um incentivo fiscal temporário, até 2022, para todos os clubes que participarem das Séries C ou D do Campeonato Brasileiro.
CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO
Outra proposta constante do relatório da CPI do Futebol altera o Código Penal, se inspirando no modelo já adotado na União Europeia.
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De acordo com o projeto, comete crime de corrupção privada tanto quem oferecer quanto quem aceitar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a fim de realizar ou omitir ato inerente às suas atribuições.
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Tal regra valerá tanto para diretores quanto para empregados de instituições privadas, assim como aos agentes corruptores, resultando na aplicação de multas e pena de reclusão de 1 a 4 anos. Se aprovada, a proposta regerá este tipo de conduta não apenas na área esportiva, mas em toda a sociedade.
ASSUNTOS: assédio sexual, bastidores, leis latam, Manaus, paquera, política, sexo
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.