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Terrorismo, não !


Por Raimundo de Holanda

14/11/2024 20h03 — em
Bastidores da Política


  • O governo - digo o Supremo - vai endurecer (depois das explosões na Praça dos Três Poderes) e o extremismo infelizmente vai crescer na mesma proporção.
  • O País precisa que as pessoas conversem. Falta a essa gente com mania de grandeza entender que na outra ponta está o Brasil de todos, não deles. Ou exclusivamente deles...

Não dá para conceber a volta do terrorismo, dos atentados e das tentativas de desconstruir a democracia. Mas o Estado de direito  subsiste apenas onde as diversas correntes políticas conversam e onde  a busca da reconciliação em nome de coletivo é mais do que um objetivo, é o necessário e inadiável compromisso com a sociedade e o futuro do país.

Fala-se muito em "gabinete do ódio" depois dos atos de 8 de janeiro. Mas o governo que assumiu não teve um gesto para aproximar adversários e reduzir o grau de hostilidade que agora atingiu níveis preocupantes. 

É como se o que valesse no Brasil hoje fosse a lei do Talião :olho  por olho, dente do por dente. Vejam no que essa política resultou.

Institucionalizou-se os inquéritos do fim do mundo. A Suprema Corte, a quem caberia receber demandas e julgar, assumiu funções de polícia judiciária e deixou claro, através de seu ministro mais ativo e com um protagonismo sem igual na história da corte, de que o apaziguamento seria intolerável. De outro lado havia um governo fraco e um  Congresso leniente. Vejam no que deu.

O governo - digo o Supremo - vai endurecer e o extremismo infelizmente vai crescer na mesma proporção. 

O único remédio é o diálogo.  Sem diálogo nada se constrói, nada evolui. O País precisa que as pessoas conversem. Falta a essa gente com mania de grandeza entender que na outra ponta está o Brasil de todos, não deles.  E isso vale para o governo e para a oposição.

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ASSUNTOS: extrema direita, STF, terrorismo

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.