Compartilhe este texto

A tragédia na Am-10 e o sentido da vida


Por Raimundo de Holanda

20/12/2024 21h02 — em
Bastidores da Política


  • Não cabe aqui apontar culpados, mas alertar que a vida, embora efêmera, pode ser longa quando as pessoas pensam uma nas outras; quando a atenção é parte de um compromisso coletivo, de uma norma não escrita; quando o outro - seja quem for o outro ou os outros - é importante; quando uma obra em uma rodovia é breve, segura e mostra resultados.
  • Quando tudo isso se soma - e não é o caso - a vida é longa, as tragédias são evitadas e o luto não invade as casas, não violenta as famílias, não destrói sonhos.

A viagem ia bem, carregando pessoas e sonhos, até o fatídico momento do choque do ônibus da empresa Transamazônica com uma carreta na rodovia Am 10. Quatro mortos, oito feridos, 10 passageiros com escoriações leves, mas mentalmente confusos, atordoados, em pânico.

O encontro com o inesperado gerou cenas de horror e medo, gente presa entre as ferragens e o sangue se misturando ao asfalto.

Carros parando, gente tentando socorrer as vítimas. 

Na tentativa de ajudar, atrapalhavam. Difícil lidar com a vida que se esgota, como a da criança  atirada para fora do ônibus com o impacto violento entre os dois veículos.

O socorro demorou porque  o  trecho fica além do quilômetro 128, isolado, estreito, um dos poucos que não recebeu a duplicação que vem sendo feita na rodovia há dois anos.

Não cabe aqui apontar culpados, mas alertar que a vida, embora efêmera, pode ser longa quando as pessoas pensam uma nas outras; quando a atenção é parte de  um compromisso coletivo, de uma norma não escrita;  quando o outro - seja quem for o outro (ou os outros) - é importante; quando uma obra em uma rodovia é breve, segura e mostra resultados. 

Quando tudo isso se soma - e não é o caso - a vida  é longa, as tragédias são evitadas e o luto não invade as casas, não violenta as famílias, não destrói sonhos.

Siga-nos no

ASSUNTOS: acidente, empresa transamazônica, itacoatiara, Manaus, rodovia am-10

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.