Trama, pavulagem e ataque à democracia em Parintins
- Com o esgoto escorrendo e seu efeito tóxico contaminando a eleição como um todo - e não apenas em Parintins - urge providências urgentes para estancar a sangria ou reduzir o cheiro fétido que vem de Tupinambarana, começando com a demissão sumária de todos os acusados.
- É esperado para as próximas horas um posicionamento do governador, que deve ser duro, demitindo os acusados, evitando que comportamentos criminosos de um reduzido grupo de servidores contamine o seu governo.
Um grupo de aloprados foi flagrado conspirando para influir no resultado da eleição em Parintins(AM). O que eles tramam abertamente é um ataque à democracia, ao direito do eleitor fazer escolhas livremente, sem ser ameaçado, cooptado, através de abordagens policiais seletivas. O mais grave é que o grupo é composto, entre outros, por três secretários de estado.
Possivelmente desatentos à câmeras instaladas no local da reunião, um deles confessa que já cometeu esse mesmo delito na eleição passada, com a ajuda inclusive de policiais federais. Na prática, deixou a impressão que, se foi possível cooptar toda a segurança naquele pleito, por que isso não estaria ocorrendo agora?
Com o esgoto escorrendo e seu efeito tóxico contaminando a eleição como um todo - e não apenas em Parintins - urge providências urgentes para estancar a sangria ou reduzir o cheiro fétido que vem de Tupinambarana.
Mas é preciso estar atento para o fato de que o vídeo e seu conteúdo explicitam duas verdades. A primeira verdade é que há a trama. A segunda verdade é que todos ali se colocam como "especialistas", com larga influência inclusive em órgãos federais. Muita pavulagem, fanfarrice, o que lhes credencia ao título de "desqualificados".
Num pleito apertado, onde a candidata de oposição aparece liderando as pesquisas de intenção de votos, como explicar a trama a seu favor? Aí reside a dúvida. Alguns tentando mostrar serviço, como um deles admite, para ganhar espaço de poder.
E o governador Wilson Lima, lincado por muitos ao episódio, não seria outra vítima desses patetas que realizam uma reunião sabidamente conspiratória, com requintes de terrorismo na medida em que definem abordagens seletivas de policiais a eleitores?
É esperado para as próximas horas um posicionamento do governador, que deve ser duro, demitindo os acusados, evitando que comportamentos criminosos de um reduzido grupo de servidores contamine o seu governo.
É evidente o interesse de Wilson no pleito de Parintins, assim como de todos os municípios, mas até agora agiu de forma republicana. O que falta na trama de Parintins é o carimbo do governador.
ASSUNTOS: Amazonas, eleição 2024, MPF TSE, Parintins, PF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.