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A trave no olho do MP e os R$ 300 mil que foram parar no bolso de cada conselheiro do TCE-AM


Por Raimundo de Holanda

08/05/2018 22h41 — em
Bastidores da Política



Ao  decidir investigar o pagamento de auxílio-moradia a auditores  e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, o promotor Ronaldo Andrade mexe em casa de marimbondos e fecha os olhos para penduricalhos que elevam  substancialmente os salários de promotores e procuradores. O promotor não está errado, mas nessa seara de  privilégios o Ministério Público tem que tirar a trave dos olhos antes de apontar o defeito  dos outros. Por exemplo, somente no mês de abril os procuradores do Ministério Público do Amazonas receberam R$ 40 mil de anuênio e mais resíduos de URV. No contra-cheque  o ganho  chegou a quase R$ 70 mil. Muito acima do teto.

IMORAL, SIM

Nem por esse fato deixa de  ser imoral que cada conselheiro do TCE-AM tenha recebido auxilio moradia  de R$ 300 mil cada um,   retroativo a 2009 -2014 quando a garantia desse pagamento ocorreu apenas em outubro de 2014, depois que o ministro  Luiz Fux liberou o o privilegio  para  qualquer juiz sem  a disposição de um imóvel funcional, pago pelo poder público.  

QUEM PAGA A CONTA

O auxilio moradia é  um tipo de mordomia paga pelo contribuinte para uma casta de servidores públicos que na verdade, com  raras exceções, servem muito pouco à sociedade. São políticos, juizes, promotores, procuradores e conselheiros dos tribunais de contas. Eles, que abraçaram o discurso da ética em tempos de lavajato ,  estão , na prática, se apropriando de recursos da sociedade. Isso também é  uma forma de lesar os cofres públicos. Ou não é ? 

EMENDA JABUTI

Uma emenda surgida ‘do nada’ apareceu anexada ao projeto original do governo de reposição salarial aos servidores da saúde estadual. O ‘especialista’ em jabutis Sinésio Campos passou batido, mas o líder do governo Dermilson Chagas enxergou o bicho de longe.

Confiante na maioria de sua bancada no plenário, o relator do quelônio Abdala Fraxe ironizou a base aliada. “Vamos aprovar, e se o governador vetar, esta casa derrubará o veto.”

MESA, QUE MESA ?

Esse tipo de queda-de-braço dentro da Assembleia Legislativa  que instiga a guerra’ com o governo, desqualifica o trabalho da Mesa Permanente de Negociação formada por sindicatos, servidores e a Susam.

DAVID ABUSA

Abusando do poder eventual de sua bancada, o presidente  da Assembleia Legislativa do Amazonas, David Almeida,  simplesmente ignorou as negociações que foram conduzidas até o último momento da votação do projeto que garantia reajuste aos servidores da saúde.Preferiu seguir o ‘velho método’ de esperteza da oposição, jogando para a plateia.

 SIDNEY, O CAMALEÃO

Depois que deixou a Casa Civil do governo, o deputado Sidney Leite vestiu uma ‘pele de camaleão’. Ontem foi pródigo em delinear os ‘riscos’ que a emenda ao reajuste dos servidores da saúde traria. Mas na hora do voto apertou a tecla do sim.

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E como o dia estava para ‘metamorfoses’, Alessandra Campêlo aproveitou a confusão dos debates para subir no muro das abstenções, sem arriscar a aliança do seu líder.

LUTA PELA CORREGEDORIA

Continua sem definição a eleição do desembargador para o cargo de corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O processo foi suspenso pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por irregularidades. Estava prevista para esta terça-feira uma possível definição, mas a sessão de julgamento foi adiada. Agoras, novo  julgamento só daqui  a 15 dias. 

AUDIÊNCIA JANAUARI

O Ministério Público Federal no Amazonas  realizará audiência pública no próximo dia 18, que ajudará na apuração da prática de exploração de animais silvestres no Parque Ecológico de Janauira, localizado no Rio Negro, em Manaus. A audiência está marcada para às 9h, no auditório do prédio anexo do MPF, na avenida Ephigênio Sales, Aleixo

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ASSUNTOS: auxílio moradia, Lava Jato

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.