UEA não é mais dos amazonenses
- A ideia de que o Amazonas é o primo pobre de um País desigual e por isso pode criar suas próprias regras, não cola mais. É um discurso demagógico voltado para iludir eleitores desatentos.
Quando criou a UEA em 2001, o ex-governador Amazonino Mendes imaginou uma universidade para os amazonenses. E assim foi feito. A UEA passou a ser a porta do conhecimento para milhares de jovens que saíam do ensino médio. Cerca de 80 por cento das vagas eram oferecidas até recentemente a estudantes egressos da rede pública de ensino do Estado. Mas era um privilégio, justificado pelas diferenças regionais ou condições socioeconômicas. O tempo passou, o País mudou…
A ideia de que o Amazonas é o primo pobre de um País tão desigual e por isso pode criar suas próprias regras, não cola mais.
É um discurso demagógico voltado para iludir eleitores desatentos.
O fim das cotas exclusivas para os amazonenses não deixa de ser uma grande perda para os estudantes egressos do ensino médio, que agora terão mais dificuldade para entrar na UEA. Mas também é uma oportunidade para o governo do Amazonas reivindicar recursos federais para a instituição, que não pode ser mantida apenas com o dinheiro da sociedade amazonense.
O Supremo Tribunal Federal, que com a medida colocou uma barreira ao acesso de amazonenses à universidade criada para eles, é o foro no qual o governo federal pode ser instado a investir na Universidade, cujas atribuições passam a ser de servir a estudantes de todo o País, em maior grau.
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ASSUNTOS: Amazonas, COTAS, Manaus, SISU, UEA
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.