Um grito de liberdade e o mundo continua cego e surdo
As igrejas protestantes amanheceram em oração depois da notícia dos ataques do grupo insurgente Hamas a Israel. Silas Câmara, o pastor deputado, pediu que o Brasil fizesse um protesto formal contra o ato que ele qualifica como “terrorista". Para os evangélicos mais simples, a violência iniciada a partir da Faixa de Gaza, uma área onde estão confinados 5 milhões de palestinos, foi um ataque à fé. De repente o mundo tirou o olhar da guerra da Ucrânia e se voltou para o Oriente Médio, para “os terroristas palestinos”.
Um olhar menos contaminado pelo veneno da política ou de interesses religiosos, vai perceber que o Hamas não é um grupo terrorista - é a única força que resta aos palestinos para romper um isolamento cruel, ignorado pelo Ocidente.
Os métodos do Hamas podem ser discutidos, assim como as sucessivas incursões de Israel a Faixa de Gaza nos últimos 20 anos, deixando centenas de mortos e destruição.
O que não é justo é atribuir isoladamente ao Hamas, o papel de organização terrorista. Há um estado em meio a tudo isso que também exercita o terror sem que ninguém diga nada, sem que ninguém proteste.
O maior obstáculo à paz é Israel.
Os palestinos vêm sendo ignorados desde a fundação do Estado de Israel em 1948, e a situação piorou com a guerra dos seis dias (1967, quando Egito, Siria e Jordania tentaram expulsar os judeus e acabaram derrotados e humilhados).
Israel confinou os palestinos ao longo dos anos numa faixa de terra pequena, inferior ao Estado de São Paulo, onde a fome, doenças e mortes compõem o horror de um povo que vive em prisão a céu aberto.
Cinco milhões de pessoas sem pátria, vivendo na mais absoluta pobreza. A revolta era iminente. O resultado é explosivo.
Os palestinos têm direito a um tratamento digno. Não é justo que o mundo feche os olhos para a opressão que sofrem.
Foi essa indiferença do Ocidente, particularmente dos EUA que sempre deram apoio incondicional a Israel, que provocou essa reação que causou mortes de ambos os lados e pode terminar num verdadeiro banho de sangue. Israel quer vingança e inocentes vão pagar o preço.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.