Já vi muitos homens carregarem culpas que não tinham. Alguns tiveram a sorte de ser reabilitados ainda em vida, mas já estavam destruídos. Temo que isso possa estar acontecendo agora, depois do esgoto que estourou com os vídeos nos quais um pequeno grupo de aloprados conspira para contaminar o processo eleitoral. 

Os criminosos estão ali naquele ambiente corrompido. Desmascarados, devem ser ouvidos e punidos. Mas é igualmente criminosa qualquer ilação sobre eventual participação direta ou indireta do governador Wilson Lima no episódio. 

Primeiro, porque não há evidências da ingerência do governador.

Segundo, o grupo claramente mostra que age na ilegalidade para auferir prestígio e benesses de uma máquina tão extensa e complexa, que apenas um homem não controla, sem compartilhar responsabilidades.

Evitar que aloprados se revelem e contaminem todo um governo é impossível, porque eles estão em toda parte, tentando mostrar serviço.

O caso em si mesmo é um escândalo, que inevitavelmente deixará sequelas no governo e muito provavelmente terá impacto vital na eleição também em Manaus, no segundo turno. 

A aposta ainda é na capacidade do governador de mudar seu governo, deixá-lo mais funcional na medida em que afastará servidores que não apenas traíram sua confiança, mas a confiança de quem paga seus salários: o povo do Amazonas.