Uma guerra: 12 mil homicídios em 8 anos no Amazonas
- O Estado não pode fazer tudo, nem pode ser responsabilizado, sozinho, por esse mundo cão que ajudamos a criar, com nossa hostilidade com os outros.
- A segurança que cobramos, começa dentro casa, passa pela escola, pelas igrejas, pelas associações de bairro, porque a maior parte da crescente violência inicia com desentendimentos entre casais, amigos, vizinhos, colegas de trabalho.
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Embora as estatísticas da Secretaria de Segurança apontem uma redução de roubos no Amazonas ano passado, em relação a 2023 - passou de 24.554 para 21.934 - o número ainda é preocupante.
A mesma estatística indica menos homicídios - em 2023 foram 1343, contra 1.130 ano passado. Mas se somados os últimos 8 anos, a partir de 2017, os assassinatos somam expressivos 12 mil. Pior, apenas um terço desses crimes foram elucidados, o que aponta para a necessidade de investimentos em investigação criminal, permitindo o uso de análise forense com uso de inteligência artificial.
É evidente o esforço do governo do Amazonas em avançar em áreas como biometria e reconhecimento facial. Mas não basta.
Há necessidade premente de formação de um grupo de elite capaz de investigar crimes não solucionados ao longo dos anos, aproveitando os avanços tecnológicos que permitem recuperar provas que eram impossíveis de ser obtidas dez anos atrás.
É verdade que o Estado não pode fazer tudo, nem pode ser responsabilizado, sozinho, por esse mundo cão que ajudamos a criar, com nossa hostilidade com os outros.
A segurança começa dentro de casa, passa pela escola, pelas igrejas, pelas associações de bairro, porque a maior parte da violência inicia com desentendimentos entre casais, amigos, vizinhos, colegas de trabalho.
Uma parte dessa violência, para ser drasticamente reduzida, depende de cada um nós, da forma como nos relacionamos com os outros.
ASSUNTOS: Amazonas, homicídios, violência

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.