Vascaínos estavam escondidos e reapareceram. Alegria! Alegria!
Nunca vi tanta gente triste feliz. Era o final da tarde desde domingo, Sol se escondendo no horizonte e uma chuva fina caindo sobre Manaus. Mas a tristeza que morava no coração dos vascaínos foi embora, numa explosão de alegria, gritos e fogos.
Nunca imaginei que houvesse tanta gente esperando o impossível, mas aconteceu: o Vasco venceu o Flamengo. Pura sorte. A vida é assim.
O que vale não é como a bola rola, mas como ela atinge o gol. E a bola foi ingrata com o Flamengo, que a tratou como deusa, rolando no pé, mostrando caminhos que ela, caprichosamente, como uma adolescente mimada, se negou a seguir.
Resultado, traído pela bola, o Flamengo perdeu para o Vasco: 1 a 0.
Mas o que surpreendeu mesmo foi o fato de tantas pessoas saírem ás ruas e soltarem fogos. Pessoas que não se via mais, nem que ainda torciam pelo Vasco.
Foi como uma ressuscitação, um renascimento. Provavelmente os vascaínos ainda estão nas ruas, nos bares, mesmo sabendo que, mais uma vez, não terão oportunidade de ser campeões. A vitória apenas frustrou o sonho do Flamengo pelo título antecipado do Carioca, que agora será decido contra o Fluminense.
Mas o que interesse é que o Vasco, depois de tantas tentativas, contou com uma bola travessa, disposto a frustrar sonhos flamenguistas de um titulo que ficou para depois…
Valeu, mas não é suficiente para um time - Vasco - que tem frustrado seus torcedores, caído e subido tantas vezes nas divisões do brasileirão.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.