O show da MC Pipokinha, programado para ser realizado em Manaus no dia 30, vem ganhando uma inesperada publicidade dos vereadores da cidade. A cantora foi assunto de debates na Câmara durante a semana, o que resultou em uma frente montada para fiscalizar, colada aos órgãos  de controle, a entrada de menores.

A funkeira promete sensualizar além da conta. Muita gente que usa máscara no privado, aplaude; no público, condena. Mas ao falar do show e tornar pública uma discussão sem sentido, os vereadores promovem a funkeira. É assim que a publicidade funciona…

Não é à toa que os fãs de Pipokinha a chamam, com certo orgulho, de “Rainha da Putaria”. Ela gosta. Faz parte de um estilo de espetáculo que tem seu público cativo.

Mas não é assunto para vereadores, ausentes de um debate maior, ligado ao destino da cidade. Vejam como a Câmara Municipal de Manaus é omissa no básico, no que é visível e que impacta a vida do cidadão: os hospitais privados  estão cobrando estacionamento de clientes de planos de saúde. Muitos deles funcionários públicos conveniados, que não têm dinheiro sequer para comprar  gasolina e manter o carro funcionando.

Precisam  de nomes? Hospital Adventista, Unimed e por aí vai…Uma consulta pode durar até duas horas, dependendo da fila de espera ou se um medicamento faz efeito.  Neste caso, o preço do estacionamento pode custar até 20 reais.   

Mas os vereadores assistem a essa exploração calados. Hospitais deveriam ser proibidos de cobrar estacionamento… Ou não deveriam? 

Vejam  as invasões que estão ocorrendo em Manaus, muitas delas incentivadas por  políticos. O que resulta disso? Votos em ano eleitoral, enquanto o contribuinte de um modo geral paga a  conta   pelo aumento da demanda por serviços - mais ruas para ser abertas e asfaltadas, mais lixo para ser recolhido, mais desabamentos com mortes no inverno. A Manaus que  estão deixando para os nossos filhos será um lugar muito difícil de viver… 

Pipokinha, que consegue mexer com falsos moralistas, infelizmente não desperta  a responsabilidade  que dorme na mente naqueles que têm o dever de olhar pela cidade,.