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A vitória de David e o desespero do capitão


Por Raimundo de Holanda

27/10/2024 20h14 — em
Bastidores da Política


  • Alberto Neto revelou-se um mau perdedor: na coletiva à imprensa neste domingo disse que vai fiscalizar o novo governo - é seu dever, uma responsabilidade que se cobra não apenas da classe política, mas de todo cidadão. Entretanto, foi além e se excedeu...
  • Falou de corrupção e de a vitória do adversário ser consequência do suposto "uso da máquina". Puro cinismo. Por trás de sua campanha milionária havia outra máquina, mais poderosa e mal utilizada.
  • É ilusão olhar para os cerca de 470 mil votos de Alberto neste segundo turno e atribuir a ele uma liderança capaz de disputar o governo com alguma chance em 2026. É bom não esquecer que o candidato derrotado é fruto da falta de opção da direita, e que esses votos não o credenciam a voos maiores do que o acaso lhe concedeu agora.
  • Quanto a David Almeida, é inegável que sua administração teve méritos e que houve reconhecimento do eleitorado. Mas sua campanha precisou de ajustes, de correções em momentos críticos. A presença de Egberto Batista foi vital para um direcionalmente mais profissional, o que não seria possível se David não tivesse a humildade de aceitar críticas e mudar os rumos de um jogo que em alguns momentos parecia perdido.

Ao contrário do que afirmam alguns analistas, o candidato derrotado do PL na eleição deste domingo, Alberto Neto, sai pequeno de um pleito onde chegou ao segundo turno por obra do acaso: o impacto no 1º turno e consequente esvaziamento do candidato Roberto Cidade, com as trapalhadas ocorridas em Parintins pelo grupo que o apoiava em Manaus. O abalo foi tão grande que Cidade caiu de um dia para outro cinco pontos, seguido da desmobilização de todo seu aparato de campanha. 

Alberto foi a falta de opção da direita, que  poderia ter optado por Amom Mandel, mas o então candidato do Cidadania tem um defeito de origem: é uma criança mimada, que não se define nem como esquerda nem direita, nem como centro. É um neófito em busca de espaço político, que no segundo turno encontrou sua verdadeira vocação: servir como cabo eleitoral do bolsonarismo. 

É ilusão olhar para os cerca de 470 mil votos de Alberto neste segundo turno e atribuir a ele uma liderança capaz de disputar o governo com alguma chance em 2026. É bom não esquecer que o candidato derrotado é fruto da falta de opção da direita, e que esses votos não o credenciam a voos maiores do que o acaso lhe concedeu agora.

Ademais, revelou-se um mau perdedor: na coletiva à imprensa disse que vai fiscalizar o novo governo -  é seu  dever, uma responsabilidade que se cobra não apenas da classe política, mas de todo cidadão. Falou de corrupção e de  vitória do adversário ser consequência do suposto "uso  máquina". Puro cinismo. Por trás de sua campanha milionária havia outra máquina, mais poderosa e mal utilizada.

Na prática, quer continuar atrapalhando, sem contribuir com a cidade que o acolheu.  

Quanto a David Almeida, é inegável que sua administração teve méritos e que houve reconhecimento do eleitorado. Mas sua campanha 
precisou de ajustes, de correções em momentos críticos. 

A presença de Egberto Batista foi vital para um direccionalmente mais profissional, o que não seria possível se David não tivesse a humildade de aceitar críticas e mudar os rumos de um jogo que em alguns momentos parecia perdido.

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ASSUNTOS: Alberto Neto, David Almeida, eleição 2024, Manaus, segundo turno

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.