As vozes que se calaram…
- Esse 2 de novembro chega para mexer nessas feridas que nunca cicatrizam.
- É possível que hoje essas pessoas que amamos e desapareceram não estejam em nenhum lugar. Que o céu não exista…que todas tenham se transformado no chão da Terra.
De repente aquela sensação de que o tempo parou e as vozes calaram. De que estamos sós e apenas um angustiante silêncio nos acompanha. De repente não sabemos a medida do que perdemos. E aprendemos a chorar como meninos. A soluçar como meninos. A duvidar de nossas crenças. A se perguntar: Por que ele, ou ela e não eu?
Quem já não teve essa experiência - que é parte da vida - e não se viu perdido e só?
As grandes perdas são sempre em casa. O pai que sai para o trabalho e não volta mais. A mãe, o grande esteio que um dia tomba e nos deixa sós. Um filho que “viaja” precocemente e que juramos que já o conhecíamos de outras vidas, de outros mundos…
Amigos tão presentes e com as quais convivíamos e só percebemos que os amávamos depois que os perdemos.
Esse 2 de novembro chega para mexer nessas feridas que nunca cicatrizam.
É possível que hoje essas pessoas não estejam em nenhum lugar. Que o céu não exista…que todas tenham se transformado no chão da Terra.
Mas seguramente permanecem em nossa memória, até que nos tornemos parte dessa transformação e nos encontremos como grãos de areia…
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.