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Wilson em busca de segunda chance. Mas precisa convencer eleitores


Por Raimundo de Holanda

28/08/2022 20h32 — em
Bastidores da Política


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A campanha do governador Wilson Lima entrou esta semana em alguns bairros de Manaus e sentiu o grau de hostilidade ao seu nome. Não se trata da natural rejeição que todo político experimenta a cada campanha eleitoral e para a qual há antídotos. É mágoa, desprezo, decepção de eleitores que querem tentar entender o comportamento do governador na crise de oxigênio durante a pandemia de Covid 19 e se ele teve ou não responsabilidade nas mortes daí decorrentes. Pessoas que enterraram seus mortos de pé, em sepulturas improvisadas e dos quais não puderam se despedir, ainda esperam uma explicação.

Wilson erra ao não encarar o problema e erra mais ainda ao não perceber que essa ferida não fechou.

À medida que tenta ignorar esse fato - que marcou a história deste século - dá munição aos opositores e aumenta  de outro lado a fronteira que o separa de um eleitorado essencial para a sua reeleição.

O homem que venceu as eleições de 2018 com mais de um milhão de votos está perdendo nesta campanha a oportunidade de falar diretamente com os eleitores, dar explicações, dizer que não tentou transformar vinhos em respiradores…

O fato é que depois de quatro anos de um governo de altos e baixos, Wilson não conseguiu avançar nas propostas feitas em 2018, quando foi eleito com mais de 1 milhão de votos.

Wilson prometeu cuidar das pessoas, e não cuidou, não na medida esperada.

O eleitor costuma confiar quando percebe que o político tem virtudes, apesar dos erros. Pode até dar uma segunda chance a Wilson. Mas o governador  precisa ser sincero, admitir falhas, assumir compromissos, fazer um novo pacto com o eleitorado. Isso exige coragem, exige honestidade de propósitos e capacidade de honrar a palavra empenhada...

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.