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Wilson Lima é a companhia que os deputados não querem em 2022


Por Raimundo de Holanda

27/04/2021 21h28 — em
Bastidores da Política


  • Com a denúncia da PGR ao STJ, o governador do Amazonas, Wilson Lima, deixa de ser uma companhia atraente para qualquer parlamentar com pretensões de se candidatar à reeleição no próximo ano. A consequência imediata pode ser o derretimento da blindagem que conseguiu construir nos últimos meses, cooptando deputados de diversas tendências, e se tornar alvo de um processo de impeachment.

Em  resposta a denúncia de que superfaturou a compra de respiradores e fez pagamento em duplicidade pelo transporte que caberia a empresa fornecedora de insumos hospitalares, o governador Wilson Lima disse que não há provas contra ele, que nada assinou. Mas participou do esquema criminoso apontado pela Procuradoria Geral da República, deu ordens, foi de fato o operador dos ilícitos apontados e que provavelmente o tornarão réu, no caso de o  Superior Tribunal de Justiça  acolher a peça inicial da ação movida contra ele pela  subprocuradora Lindôra Araújo.

Wilson tem muito com que se preocupar. Os desdobramentos da denúncia, sua inevitável convocação para depor na CPI da Covid do Senado,  não são os únicos problemas que terá pela frente.

Muito provavelmente a blindagem que conseguiu montar na Assembleia Legislativa do Amazonas, para conter um eventual processo de impeachment ou uma CPI da Covid, será desfeita, pelo simples fato de que o governador deixa de ser uma companhia  atraente para qualquer parlamentar com pretensões de se candidatar à reeleição no próximo ano.

Não são apenas crimes comuns que pesam contra o governador, são crimes de responsabilidade, que exigem, a nível local,  a atuação da Assembléia Legislativa, dos órgãos de controle, especialmente do Ministério Público Estadual, com a deflagração de um processo próprio, diverso do comum.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.