Wilson Lima, o governador do lockdown
O governador Wilson Lima ameaçou interferir no direito de ir e vir das pessoas, fechamento total do comércio e outras medidas de restrição à liberdade individual e coletiva neste momento de crise na saúde. É a resposta que um governo fraco, indeciso, insipiente pode dar. Uma simples canetada - paralisando toda a atividade econômica e forçando as pessoas a se trancarem em casa - não tem o condão de reduzir a curva de crescimento da Covid-19 no Estado. Tem custo, mas não benefício.
Para ter algum efeito prático teria que, necessária e inevitavelmente, ser precedida de assistência efetiva aos mais pobres - cerca de 300 mil famílias em Manaus já estariam com a geladeira vazia.
O que a medida pode resultar- e é o mais provável - é em uma onda de protestos comandada por famintos que sairão das zonas mais pobres da cidade reivindicando pão e água.
Wilson precisa entender que governa um Estado onde o índice de pobreza é muito alto, que a desigualdade apenas cresceu no seu governo e é exposta agora nessa pandemia.
O lockdown só é apoiado pela classe média, que pôde encher a dispensa e é a responsável pelo esvaziamento das prateleiras dos supermercados. Não pelo grosso da população.
Pão e água talvez sejam o melhor remédio agora para combater a pandemia. Sem isso, o lockdown, ou fecha tudo, que o governador quer adotar, vai acabar fechando um governo que, apesar de dois anos, parece que ainda não começou…
*REVISTA DIGITAL*
A primeira revista digital do Amazonas tem estreia marcada para esta quarta-feira, 15. A Revista Cenarium nasce na internet com a proposta de trabalhar temas de forma mais aprofundada, sem a obrigação do imediatismo impostos aos portais e blogs. Outra característica prometida pelo novo periódico, sediado em Manaus, é atuar em parceria com agências nacionais e internacionais
ASSUNTOS: Amazonas, confinamento, COVID-19, lockdown, Manaus, wilspn lima, Coronavírus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.