É importante aparelhar a polícia, tonificar a inteligência, investir em capital  técnico e humano  para enfrentar o crime organizado no Estado do Amazonas.  Esse passo acaba de ser dado pelo governador Wilson Lima, mas ao anunciar a medida o governador tropeçou nas palavras. Autorizou seu secretário de Segurança a fazer uso sistemático dos recursos letais, abrindo caminho para a barbárie e a matança, que em certa medida já vem ocorrendo em Manaus.

Wilson justificou o uso da letalidade “no limite que a legislação permitir”, mas não há lei neste País que autorize a ‘letalidade policial”, até porque a pena da morte foi banida ainda no século 18. Mesmo considerando que o inciso 47 do artigo quinto da Carta de 88, autorize matar em "casos de guerra declarada," a determinação legal está longe de ser aplicada ao problema que o governo enfrenta.

O Amazonas  tem, sim, um problema grave de violência, gerado pelo comércio e tráfico de drogas. Não será o uso da letalidade pela força policial que vai resolver essa questão.

O poder do tráfico está no financiamento bilionário, que tem origem num sistema corrupto que certamente envolve empresários e políticos. Por isso facilmente estende seus tentáculos aos poderes constituídos. É isso que precisa ser combatido, com inteligência, material técnico e humano qualificados. Sem esse financiamento, que para chegar na ponta molha muitas mãos, o tráfico definha.

É importante que o governador se manifeste, como aliás o fez, mas dentro de  certos limites. Wilson não pode, como comandante do Estado, chamar para si a responsabilidade pelos excessos da corporação militar, que deve agir dentro da lei, impondo ordem, oferecendo segurança ao cidadão e combatendo o crime com o menor uso de letalidade possível.

“Significado de Letal

^adjetivo

^{Que faz referência, ocasiona ou causa a morte.}

^{Característica do que é mortal, mortífero e fatal.}

^{Que possui a característica de estragar, prejudicar (algo ou alguém)de maneira irreparável.”}

Fonte: Dicionário Online de Português