O governador Wilson Lima retorna de São Paulo neste domingo, depois de uma semana ausente, estudando como governar o Amazonas.  Vai encontrar um estado atolado em denúncias de corrupção e uma onda de insatisfação dos servidores.  Wilson deixou Manaus logo após vir à tona o caso do seu assessor Marcelo Alex, supostamente flagrado pedindo “comissão”a empresários para garantir  contratos na Seduc e Susam.

O caso é explosivo. Se Wilson retorna com uma nova visão de como administrar a máquina pública, deve voltar seu olhar para um incêndio que já começou e que ameaça o seu governo. Sem líder  na Assembléia Legislativa  e com incendiários na casa civil e em outras secretarias, o governador  precisa urgentemente de um bombeiro, figura escassa em um governo que não privilegiou a experiência e a competência. A aposta no novo tem sido um desastre.

A  pauta de denúncias diárias na saúde e na educação começa a tornar indefensável e insustentável a situação do governador.

Na educação o secretário Luiz Castro perdeu a confiança e o comando do diálogo com os professores e outros profissionais, que agora correm para a Compensa atrás do governador em exercício, o vice Carlos Almeida.

Na saúde, a saída do vice-governador  do comando da pasta não trouxe nada de positivo, e a morte de sete pessoas por falta de antibiótico cria um nexus causal perigoso.

Já não existe mais desculpas para a desorganização no setor, pois o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido torna-se patente diante dos fatos.

E o governo sem líder se ‘escora’ na inabilidade hilária de um deputado que brada: “Se está faltando antibiótico no João Lúcio é por incompetência do diretor, não do governador!”

Quem sabe uma ‘limpeza geral’ na incompetência não seria a saída para exterminar as ervas daninhas e salvar, em nome do povo, o que ainda resta de esperança neste governo?