Retomada das aulas no Amazonas é medida de alto risco
Ainda que de forma gradativa e “com protocolos de segurança”, a retomada das atividades escolares no Amazonas é uma decisão política, sem base em estudo técnico-científico, com pareceres de infectologistas ou epidemiologistas que dêem respaldo a essa medida. Se atende a interesses de alguns pais - cansados de ver os filhos em casa; de fornecedores, que precisam justificar um faturamento visonha mesmo no período da pandemia; ou de parcerias não republicanas, ofende aos mais básicos protocolos de segurança sanitária - entre eles, o de se preservar a saúde das crianças e de seus familiares que ficarão expostos a Covid-19.
Estranhamente, a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) foi citada nesta quarta-feira pelo governador Wilson Lima, quando afirmou que a decisão de retomar as aulas foi discutida com a fundação.
Isso em um momento em que a curva de casos de Covid vem crescendo, embora a mortandade tenha sido reduzida, o que não afasta o risco de uma segunda onda, com todas as consequências previsíveis.
UM ABSURDO
O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, conselheiro Mário Melo, disse à Coluna que a decisão de retomada das aulas neste momento é absurda, que no mínimo deveria ser amparada em parecer de epidemiologistas e sanitaristas. E alertou para os riscos da medida.
NÚMEROS DA COVID NO ESTADO
Até esta quarta-feira o total de casos de Covid 19 no Amazonas beirava os 100 mil e o número de mortos, desde o inicio da pandemia, era de 3.246, sendo 2001 em Manaus e 1.245 no interior do Estado.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.