Vítima de homofobia, Bruna Linzmeyer fala sobre bissexualidade
Bruna Linzmeyer posou para as lentes de Jorge Bispo, no estilo fatal, inspirada em sua personagem Cibele, no ar em "A Força do Querer" (Globo). Mas na entrevista divulgada neste domingo, a atriz de 24 anos mostra que é muito diferente da moça que interpreta na trama e não tem medo de expressar essa diferença.
Ao contrário de Cibele, traída e deixada pelo noivo Ruy (Fiuk) Bruna é mais leve e não acredita em vinganças, nem em casamentos: "Sou uma pessoa que perdoa com muita tranquilidade. Nunca fui ferida desse jeito, mas acho que Cibele permitiu um pouco que tudo isso acontecesse. Eu jamais estaria no lugar dela, porque não me casaria. E vingança é uma coisa que nem passa pela minha cabeça", conta.
Outra diferença na cabeça de Bruna é a liberdade. Bissexual assumida, a jovem já viveu com o ator Michel Melamed, 16 anos mais velho que ela, e hoje namora a jovem Priscila. "Gosto de homens, de mulheres, de pessoas. Eu me apaixono e me interesso pelo ser humano, não importa que gênero ele tenha. Não há o que esconder. E, se alguém não quiser trabalhar comigo por preconceito, eu vou achar até bom. Quero conviver com pessoas que acreditem num mundo melhor, e o mundo melhor em que eu acredito é esse em que gente não tenha preconceito de namorar alguém do mesmo gênero", explica.
Por mostrar quem é sem hipocrisia, a atriz é frequentemente vítima de atitudes homofóbicas. Mas isso não a enfraquece. "Os ataques que eu sofri, as coisas que eu escuto, que leio nas redes sociais, olhares estranhos, sempre existiram. Mas isso é tão pouco perto do que, de fato, é grave no mundo, sabe? As pessoas perdem emprego, são mortas, expulsas de casa... Isso é grave. Comigo está tudo bem! Óbvio que eu tenho medo e eu não quero perder trabalho porque sou bissexual, mas essa é quem eu sou, não existe outra opção dentro de mim. Não quero levantar bandeira, só desejo continuar trabalhando. A gente deve se encorajar a falar sobre o assunto, sim. Isso ajuda muito. Já me escreveram sobre essa questão. Se eu posso contribuir de algum jeito para as pessoas falarem que isso não é um problema, porque não é, que bom!".
Em relação à exposição de sua vida afetiva, Bruna conta que a maior preocupação é com seus pais. Mas deles, ela tem todo o apoio. "Meus pais são maravilhosos, eles receberam muito bem! Meu pai falou: “Você tem que amar, ser feliz, não me importa o resto. Espero que consiga enfrentar tudo isso. Não vai ser fácil, mas a gente está do seu lado", diz ela.
Apesar de não acreditar em casamentos, Linzmeyer conta que sonha em um dia ser mãe. "Acho que ter um filho deve ser uma das coisas mais lindas do mundo, não só o amor por outro ser, mas ver seu corpo se transformando... Quero viver isso um dia!".
Mas defende sempre que qualquer forma de amor é importante e que os preconceitos devem ser quebrados: "As coisas não têm que ser tabus, a palavra existe na história do mundo para clarear, para dar forma. Falar é precioso. As pessoas, dentro dos seus relacionamentos, não têm que ter medo de conversar sobre isso, não têm que ter medo de sentir atração por outras pessoas. Que bom que a gente sente, a gente está vivo e isso movimenta energia", acredita.
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