A Americanas anunciou que venderá sua fintech Ame, especializada em descontos e cashback. O aplicativo será desativado e a função de carteira digital será integrada ao site da loja, que lançará um novo programa de fidelidade. Os clientes devem transferir seus saldos restantes até 2 de novembro.

A venda dos ativos da Ame visa ajudar a empresa a reverter sua crise financeira, agravada por uma fraude descoberta em 2023, que resultou em uma dívida de R$ 25 bilhões e um prejuízo de R$ 2,3 bilhões no ano passado.

O anúncio impulsionou as ações da Americanas, que subiram 21% para R$ 6,98 no pregão de segunda-feira. A recuperação das ações segue a reestruturação da empresa e a recente agrupação dos papéis para atender às regras da Bolsa de Valores.

Fraude Bilionária

A Polícia Federal concluiu a lista dos 41 envolvidos na fraude que desencadeou a crise financeira da Americanas. Entre os principais implicados estão o ex-presidente Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali, ambos já identificados anteriormente. Gutierrez, que reside na Espanha, foi brevemente preso na Europa e posteriormente liberado pela Justiça brasileira.

A antiga diretoria da Americanas é acusada de mascarar dívidas para inflar o valor de mercado da empresa desde 2007, gerando lucro para Gutierrez e Saicali. A recuperação da empresa contou com um aporte dos bilionários Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann, que não estão sob investigação.

Além da venda da Ame, a Americanas considera vender as marcas Shoptime e Submarino, cujos sites já foram encerrados.