App do Ministério da Saúde recomenda tratamento ineficaz contra Covid-19
O Ministério da Saúde lançou um aplicativo, chamado "TrateCOV", que recomenda "tratamento precoce" a pacientes que têm sintomas que podem ou não ser da Covid-19. O "tratamento" indicado inclui medicamentos que, segundo apontaram diferentes estudos, não funcionam contra a doença, como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina.
No aplicativo, conforme teste feito pelo G1, médicos e enfermeiros podem inserir dados do paciente (como peso, altura, e comorbidades), além de sintomas. O profissional também pode informar se o paciente saiu ou não de casa nos últimos dias e para onde foi.
Mesmo sem sintomas específicos – e nem queda de saturação ou falta de ar – o aplicativo indica um "escore de gravidade" de 12. O mínimo para haver um diagnóstico de Covid é 6.
Com o resultado, a página indica o "tratamento precoce" contra a doença. Também aparece uma recomendação de fazer um teste PCR em pacientes com 5 dias ou menos desde o início dos sintomas.
Após a recomendação, o profissional de saúde precisa informar se vai ou não usar o "tratamento precoce" para aquele paciente. Caso não utilize, precisa justificar. Ele também precisa inserir o número do CRM (registro profissional para médicos) ou do Coren (para enfermeiros).
O código do aplicativo também parece programado para recomendar o uso dos medicamentos aos pacientes independentemente de alguns dos campos preenchidos.
Ao divulgar a página, o Ministério da Saúde afirma que desenvolveu o aplicativo "para auxiliar os profissionais de saúde na coleta de sintomas e sinais de pacientes visando aprimorar e agilizar os diagnósticos da Covid-19".
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