Bolsonaro desautoriza ‘equipe’ a dar informações sobre CPMF e Previdência
RIO — O presidente eleito Jair Bolsonaro desautorizou quaisquer informações prestadas junto à imprensa por grupos que se intitulam “equipe de Bolsonaro” com especulações sobre a CPMF e Previdência, entre outros assuntos. A determinação foi feita através de um post em seu perfil no Facebook, após reportagem publicada na edição desta sexta-feira pelo O GLOBO, segundo a qual a equipe econômica do presidente eleito quer criar um imposto sobre movimentação financeira para custear a Previdência , substituindo a contribuição sobre a folha salarial paga pelos empregadores.
O modelo do novo tributo é semelhante ao da extinta CPMF, mas o time de Bolsonaro afirma tratar-se de uma substituição, e não da criação de um novo imposto. O tributo incidiria sobre todas as operações, como saques e transações bancárias, com uma alíquota de 0,4% a 0,45% em cada operação. A estimativa é que seria possível arrecadar ao menos R$ 275 bilhões por ano.
A informação foi confirmada pelo economista Marcos Cintra, responsável pela área tributária na equipe de Paulo Guedes, indicado para ministro da Economia. A ideia de tributar movimentações financeiras foi revelada pelo jornal “Folha de S. Paulo” ainda no primeiro turno das eleições e causou uma crise na campanha de Bolsonaro, devido à impopularidade da CPMF, o chamado “imposto sobre o cheque” . Na ocasião, o então candidato negou a criação de impostos.
Depois desse episódio, Paulo Guedes cancelou encontros e não se tocou mais no assunto. De acordo com O GLOBO, é a primeira vez desde as eleições que um integrante da equipe de Bolsonaro confirma que a ideia está na mesa e detalha suas condições.
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