Bolsonaro diz que faltam 'pequenos acertos' para liberar contas do FGTS
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que “pequenos acertos estão sendo feitos” para a liberação das contas ativas e inativas do FGTS.
"Nós não queremos desidratar a questão do Minha Casa, Minha Vida, que é importante para quem precisa de uma casa. E não queremos ser irresponsáveis", afirmou Bolsonaro no Palácio da Alvorada. "A palavra final é com Paulo Guedes (ministro da Economia)", disse quando os jornalistas o questionaram sobre detalhes da medida.
O Estadão/Broadcast revelou que a proposta do Ministério da Economia é permitir que os trabalhadores saquem entre 10% e 35% dos recursos das contas ativas do FGTS dependendo do tamanho do saldo que possuem no fundo. A equipe econômica também defende que a mesma proporção seja aplicada às contas inativas (de contratos de trabalhos anteriores).
Outra medida em estudo, também revelada pelo Estadão/Broadcast, é limitar os saques para os demitidos sem justa causa. Hoje, é possível resgatar tudo o que tem no fundo nessa situação. A equipe econômica defende colocar um limite e, para compensar, permitir que, todo ano, seja possível sacar uma parcela no mês de aniversário.
O anúncio da liberação estava previsto para quinta-feira, quando o governo Bolsonaro completou 200 dias, mas foi adiado para a quarta-feira da semana que vem. O setor de construção pressionou o governo porque teme que os saques das contas diminua o uso do FGTS como fonte para os financiamentos à casa própria com juros menores.
Juros
O presidente afirmou não querer interferir na taxa básica de juros, a Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). "A taxa Selic vamos supor que baixe 1%. Não é na canetada, porque eu não sou o Dilma Rousseff, por favor. Um por cento equivale a quanto de economia para os cofres? R$ 40 bilhões (...). Agora, não quero interferir. Porque vão falar. Igual falaram mentirosamente que eu interferi no preço do combustível lá atrás", disse.
Em junho, o Copom decidiu manter a taxa em 6,5% ao ano, decisão esperada pelos analistas de mercado financeiro. Foi a décima vez consecutiva em que a taxa foi mantida no menor patamar da série histórica. A Selic serve como referência para as demais taxas de juros cobradas de pessoas e de empresas.
Questionado sobre se tem conversado com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre corte de juros, Bolsonaro afirmou: "Eu não falo certas (coisas) para evitar dizer que eu estou interferindo. O que ele tem falado é que as medidas tomadas já se sente o reflexo numa menor taxa de juros a longo prazo".
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