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Bombeiro diz ter achado crânio que pode ser de Luzia durante rescaldo no Museu Nacional

Por Portal Do Holanda

04/09/2018 10h36 — em
Brasil


Foto: Reprodução USP

RIO - Um bombeiro militar do Quartel Central que, na manhã desta terça-feira, participa do rescaldo do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, disse ter achado na segunda-feira um crânio que pode ser de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas. O militar, que não quis se identificar, contou que estava junto de seu colega Rafael Luz, do Quartel de Copacabana, voluntário na tentativa de combate às chamas, quando sofreu uma queimadura numa das mãos ao abrir um armário e encontrar um ferro incandescente. Foi nesse momento, segundo ele, que encontrou o crânio. No entanto, a arqueóloga Cláudia Rodrigues, uma das diretoras do museu, preferiu prudência e afirmou que serão necessárias análises técnicas intensas para confirmação.

Todas as peças resgatadas por voluntários bombeiros e demais pessoas que acompanham o rescaldo estão sendo acauteladas em dois locais na Quinta da Boa Vista: no anexo do museu, o Departamento de Vertebrados Alípio de Miranda Ribeiro, e em laboratórios de outros departamentos em setores do Horto Botânico, que fica na Quinta da Boa Vista e foram construídos na década de 1990.

- Esses laboratórios foram construídos durante uma grave crise econômica na década de 1990 quando interrompemos exposição das obras. As peças recuperadas estão guardadas nestes locais e serão analisadas com muito cuidado posteriormente por pessoas técnicas especializadas - disse o biólogo Paulo Buckup.

A presidente do Conselho Federal de Museologia, Rita de Cássia de Mattos, veio ver de perto os estragos no Museu Nacional e se disse perplexa.

- Há um corpo de museólogos altamente capacitado no Museu Nacional. Há disciplinas voltadas para a conservação do acervo. Certamente os profissionais puseram os problemas do museu em seus relatórios. E com certeza fizeram solicitações, mas não foram atendidos. Eles têm responsabilidade de intervir no museu e na questão da segurança que está implícita. Mas não têm autonomia para tomar atitudes radicais como a interdição do espaço - explicou Rita de Cássia.

A paleontóloga Luciana Carvalho acredita que de 70% a 80% do acervo do Museu Nacional foi perdido. No entanto, de acordo com ela, há esperança de que boa parte do material de paleontologia tenha sido salvo, pois estava em armários de aço:

- Eu sou do Departamento de Geologia e Paleontologia. Ontem, ao entrar no museu, tive a oportunidade de ver que parte dos armários da nossa coleção científica está em pé. Queimados e amassados por fora, mas em pé e fechados. Isso dá esperança de que consigamos resgatar alguma coisa. Mas tem que ser feito com muito cuidado. Não pretendemos nem fazer isso agora, porque estamos aguardando uma equipe da engenharia vir aqui e fazer a sustentação do prédio para podermos entrar.

 


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: incêndio, luzia, museu nacional, Brasil

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