Cientistas identificam planta que descontamina solos com metais pesados
Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) descobriram que a planta Capparidastrum frondosum, conhecida como feijão bravo preto, tem capacidade de absorver altas concentrações de metais pesados do solo. A descoberta, realizada na Estação Ecológica de Tapacurá, em Chã de Alegria, representa um avanço no uso sustentável de espécies vegetais para descontaminação de áreas impactadas por atividades industriais e de mineração.
Segundo o professor Clístenes Nascimento, a planta pode remover metais como zinco, tornando o solo mais seguro e permitindo o reaproveitamento do metal pela indústria.
A pesquisa, iniciada em 2020, confirmou recentemente o potencial da planta como "hiper acumuladora". Apesar de já ser conhecida pela botânica, não havia registro de sua capacidade de acumular zinco em grande escala.
Estudos no Laboratório de Fertilidade do Solo da UFRPE avaliam a eficiência desse processo. “Essa técnica é promissora, pois oferece uma alternativa mais barata e sustentável às tecnologias tradicionais de remediação de solo, que são agressivas ao meio ambiente”, explicou o engenheiro agrônomo Luiz Henrique Lima.
Além de recuperar áreas contaminadas, as plantas hiper acumuladoras podem ser aplicadas em regiões com rejeitos de mineração ou resíduos industriais. A pesquisa agora foca no cultivo controlado da espécie, determinando sua capacidade máxima de absorção e sua viabilidade econômica. A iniciativa coloca Pernambuco na vanguarda do uso de fitotecnologia para recuperar solos e integrar metais pesados novamente ao ciclo produtivo, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia.
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