Datas de vacinação de todos os grupos só serão definidas em março
Durante a sessão de debates no Senado nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi pressionado por senadores acerca da agilidade na vacinação contra a Covid-19, e questionado sobre a data de imunização de cada grupo, que permanece uma incógnita.
Pazuello disse que não há data específica, e afirmou que os grupos prioritários serão atendidos conforme a chegada dos lotes. Em seguida, o ministro afirmou que a produção plena de vacinas deve acontecer em março “E aí nós teríamos trinta e poucos, quarenta milhões [de doses] garantidos o tempo todo. Somente ali [em março] que você vai poder fazer uma previsão longa de grupos”.
Segundo Pazuello, neste momento, o ministério só consegue definir datas em cima de cada distribuição. Com as próximas 4,8 milhões de doses, cuja chegada é prevista para daqui a 12 dias, será possível definir quais serão os grupos beneficiados por este lote. Também na reunião, Pazuello afirmou que metade da população vacinável do Brasil será imunizada até junho, e a outra metade, até dezembro de 2020.
Demora na compra das vacinas
O senador Reguffe (Podemos-DF), pressionou Pazuello sobre a data específica dos grupos, além de ter criticado a postura do governo de Jair Bolsonaro diante da vacina, e questionado a demora na decisão do governo em comprar os imunizantes.
“Se a única coisa que salva vidas pra valer é a vacina, a vacina tinha que ser prioridade absoluta, não ser contestada como foi, por parte do governo. No dia 11 de março de 2020, a pandemia foi reconhecida nesse País por todos. [...]. No dia 15 de maio, o senhor assume o Ministerio da Saude. Sabe que dia foi emitida uma Medida Provisória buscando recursos para a compra de vacinas nesse País? No dia 17 de dezembro. [...] ”, pontuou.
Acusações
Ainda na reunião, Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro foram chamados de genocidas. "Senhor ministro e presidente da República, as digitais de vocês estão nessas mortes e tenho fé em Deus que tanto o senhor quanto o presidente da República irão responder por genocídio. Seja aqui no Brasil, seja no tribunal penal internacional", afirmou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que em dezembro, alertou Pazuello sobre o aumento de casos previstos no Amazonas e as dificuldades para conter a pandemia.
Eduardo Pazuello aceitou o convite para o debate no Senado em meio à pressão de uma possível abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) acerca das medidas diante da pandemia.
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