O Ministério da Agricultura confirmou o registro de um foco da doença de Newcastle em um estabelecimento de avicultura no interior do Rio Grande do Sul, sendo o primeiro caso no Brasil desde 2006. A doença, causada por um vírus do grupo paramixovírus aviário sorotipo 1, é altamente virulenta em aves de produção comercial, provocando sintomas como sinais respiratórios, manifestações nervosas, diarreia, edema da cabeça e andar cambaleante, além de redução no consumo de água e alimentos. 

Embora possa causar conjuntivite transitória em humanos, o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) é considerado seguro.

O caso foi identificado em um lote de frango de corte em Anta Gorda, município localizado a 186 quilômetros de Porto Alegre. O estabelecimento foi imediatamente interditado, com proibição da movimentação das aves afetadas. A confirmação veio do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, reconhecido internacionalmente pelo diagnóstico da doença.

A repercussão incluiu uma queda significativa nas ações das empresas do setor avícola, com BRF, Marfrig, Minerva e JBS registrando perdas expressivas no pregão seguinte ao anúncio. As associações ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) estão apoiando as medidas adotadas pelo ministério e pela Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul.

No contexto histórico, os últimos registros da doença no país datam de 2006, quando ocorreram casos também no Rio Grande do Sul, Amazonas e Mato Grosso. Ações de erradicação das aves infectadas, desinfecção do local afetado e investigações em um raio de dez quilômetros estão sendo conduzidas conforme o plano de contingência para a gripe aviária e doença de Newcastle.

As autoridades sanitárias estão realizando ações preventivas em granjas próximas e monitorando cerca de 775 propriedades rurais cadastradas para identificar possíveis novos focos da doença. Barreiras sanitárias serão implementadas na região afetada para evitar a disseminação do vírus, visando proteger a saúde pública e a segurança alimentar no Brasil.