Emprego com carteira assinada registra queda histórica no Brasil
RIO - O número de trabalhadores com carteira assinada no país caiu para o menor nível da série histórica em março. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua do IBGE, divulgada nesta sexta-feira, o Brasil tinha 32,9 milhões de empregados formais no fim do primeiro trimestre, o menor patamar desde 2012, início da série histórica. Esse contingente caiu 1,2% em relação ao quarto trimestre de 2017 e recuou 1,5% frente a igual período do ano passado. A taxa de desemprego brasileira recuou para 13,1% no primeiro trimestre do ano, em relação ao desempenho do mercado de trabalho em igual período de 2017, quando foi de 13,7%.
O perfil da geração de emprego nos últimos meses, concentrada muito no trabalho informal, tem sido apontado por especialistas como um dos fatores a dificultar uma retomada mais consistente da atividade econômica.
O trabalhador informal ou que atua por conta própria costuma ser mais reticente na hora de tomar empréstimos ou voltar a consumir. Como a renda do informal é mais instável, esse trabalhador tende a ser mais cauteloso com os gastos.
Em quatro anos, entre o primeiro trimestre de 2014 e o mesmo período de 2018, o Brasil perdeu 4 milhões de trabalhadores com carteira assinada.
- O que estamos vendo hoje é uma desaceleração da perda do trabalho com carteira e não uma recuperação - avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O número de empregados sem carteira de trabalho ficou em 10,7 milhões de pessoas no primeiro trimestre. É um contingente 533 mil maior em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O número de trabalhadores por conta própria atingiu 23 milhões - ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas teve acréscimo de quase 900 mil trabalhadores em relação há um ano atrás.
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