O ex-presidente Fernando Collor foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu após a Corte rejeitar os últimos recursos da defesa contra a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Operação Lava Jato.

Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em 2015, acusado de receber R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por meio de contratos firmados pela BR Distribuidora, ligada à Petrobras na época. O ex-senador foi condenado pelo STF em 2023, e agora terá de iniciar o cumprimento da pena. Segundo a Polícia Federal, ele permanecerá detido em Maceió até nova decisão da Corte sobre o local definitivo do cumprimento da pena.

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Esta não é a primeira vez que Collor enfrenta a Justiça. Em 1992, ele foi alvo de um processo de impeachment após uma CPI no Congresso concluir que ele usou cheques fantasmas para pagar despesas pessoais, como reforma em imóvel e compra de carro. O processo foi motivado por denúncias de corrupção envolvendo seu ex-tesoureiro de campanha, PC Farias, apontado como operador de um esquema que beneficiava diretamente o então presidente.

A crise política culminou com manifestações populares, como o movimento dos "caras-pintadas", e levou a Câmara dos Deputados a aprovar o impeachment. Em outubro de 1992, Collor foi afastado do cargo, sendo substituído pelo vice Itamar Franco. Apesar de renunciar pouco antes do julgamento no Senado, os parlamentares decidiram cassar seus direitos políticos por oito anos.

Após o escândalo, Collor conseguiu retornar à política como senador por Alagoas em 2006 e permaneceu no cargo por 16 anos. Ele tentou voltar ao governo estadual em 2022, mas foi derrotado. Agora, volta ao centro das atenções ao se tornar o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização do país.