Floresta amazônica pode entrar em colapso em 50 anos, diz especialista
Grandes ecossistemas como a Floresta Amazônica podem entrar em colapso daqui a 50 anos, apontou um novo estudo divulgado nesta terça-feira (10) na Nature Communications.
Segundo o UOL, os pesquisadores indicaram que alguns ambientes naturais estão sendo desintegrados de maneira muito mais rápido do que se imaginava e podem se transformar em "ecossistemas alternativos" caso nada seja feito.
O estudo foi feito usando simulações baseadas em dados reais de mais de 40 ambientes naturais. A Amazônia, por exemplo, pode se transformar em "um tipo de savana" em apenas 49 anos.
Já os recifes de corais no Caribe, que contam com quase 20 mil metros quadrados de extensão, podem ficar escassamente povoados em apenas 15 anos.
"Infelizmente, o que nosso artigo revela é que a humanidade precisa se preparar para mudanças muito antes do esperado", disse Simon Willcock, principal autor do estudo, da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Bangor, nos EUA.
"Essas rápidas mudanças nos maiores e mais emblemáticos ecossistemas do mundo afetariam os benefícios que eles nos proporcionam, incluindo tudo, desde alimentos e materiais, até o oxigênio e a água que precisamos para a vida".
A pesquisa, que incluiu equipes da Universidade de Bangor, da Universidade de Southampton e da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, afirmou ainda que, embora ecossistemas maiores demorem mais tempo para desmoronar, seu colapso ocorre relativamente rápido em comparação com sistemas menores.
Pesquisadora contesta
A pesquisadora Erika Berenguer, da Universidade de Oxford e de Lancaster, que não está ligada ao estudo, rebateu a conclusão. Segundo ela, não foi utilizada uma floresta tropical para chegar a essa conclusão.
Berenguer argumentou que a alegação de que a Amazônia poderia se tornar um "ecossistema do tipo savana" não foi testada no artigo.
"Os autores usaram dados de apenas quatro sistemas terrestres, nenhum dos quais é uma floresta tropical, mas ainda afirmam que a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, sofrerá um declínio em apenas 50 anos", disse ela.
"Embora não haja dúvida de que a Amazônia corre um grande risco e que é provável um ponto de inflexão, essas alegações infladas não ajudam a ciência nem a formulação de políticas", completou.
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