Fusão entre Azul e Gol pode elevar preços das passagens, dizem especialistas

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A fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol, anunciada nesta semana, pode elevar os preços das passagens e reduzir a concorrência no setor aéreo brasileiro. Especialistas alertam para o risco de monopólio, já que, juntas, as empresas detêm mais de 60% do mercado, segundo dados da Anac. A Latam ocupa 39,1%, enquanto outras companhias têm apenas 0,5% do mercado. O memorando assinado entre as duas empresas marca o início das negociações para a fusão.
A análise do processo está a cargo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que avaliará os impactos da fusão. A expectativa é que a nova companhia inicie operações em 2026, embora os detalhes sobre a participação acionária dependam da renegociação de dívidas da Gol nos EUA. O advogado Igor Lodi Marchetti, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), destacou que a fusão pode levar a uma concentração de mercado, resultando em tarifas mais altas.

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O setor de turismo também expressa preocupação. A presidente da Associação Brasileira de Viagens, Ana Carolina Medeiros, afirmou que a fusão pode estrangular a oferta de voos, que já está saturada. Enquanto isso, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, acredita que a fusão poderá ser positiva, evitando o aumento de tarifas ao reduzir o número de assentos vazios nas aeronaves.
Por fim, representantes da Azul e Gol garantem que o processo está em fase inicial e não impactará suas operações rotineiras. O advogado do Idec afirmou que os direitos do consumidor devem ser mantidos, e as obrigações das duas empresas serão incorporadas na nova estrutura. A Anac acompanhará o processo, garantindo que os serviços e direitos dos usuários sejam respeitados.

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