Igreja Universal deve pagar R$ 100 mil a pastor forçado a fazer vasectomia

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A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a pagar R$ 100 mil em indenização por danos morais a um pastor cearense que foi forçado a realizar uma vasectomia. A sentença foi proferida pela Justiça do Trabalho e divulgada na última segunda-feira (10), embora ainda caiba recurso.
No processo trabalhista, o pastor alegou que foi pressionado pela igreja a se submeter à cirurgia, que teria sido imposta como uma condição para continuar sua trajetória como líder religioso. Ele também relatou que foi encaminhado a uma clínica clandestina para realizar o procedimento.

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De acordo com o depoimento do pastor, não houve explicações adequadas sobre os riscos da vasectomia, nem assinatura de um termo de consentimento. Além disso, ele afirmou que todos os preparativos, incluindo o pagamento pela cirurgia, foram realizados pela Igreja Universal.
Em sua defesa, a Igreja Universal negou que tenha imposto a vasectomia, alegando que a decisão de realizar o procedimento é de caráter pessoal e íntimo, sem qualquer vínculo com a atuação do pastor dentro da instituição religiosa.
No entanto, durante o processo, duas testemunhas confirmaram a versão do pastor. Uma delas relatou que foi "intimidada" a fazer a vasectomia com apenas 20 dias de casada, e que a cirurgia foi realizada em uma "sucursal" da igreja. A outra testemunha afirmou que o procedimento era exigido de todos como condição para o crescimento na carreira religiosa.
A sentença foi proferida pela 11ª Vara do Trabalho de Fortaleza em 4 de outubro de 2022 e confirmada pela Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE) em 12 de fevereiro de 2025, sendo divulgada publicamente somente em 10 de março.
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