Infectologista aconselha que jornalistas tenham a mesma prevenção do coronavírus que profissionais de saúde
Repórteres encarregados de apurar informações em lugares lotados e prontos-socorros precisam seguir as mesmas recomendações indicadas para enfermeiros e médicos.
“Um repórter que faz esse tipo de trabalho está mais suscetível justamente por estar em um ambiente onde existe mais transmissibilidade. O risco é inerente a essa atividade como é para o profissional de saúde”, disse Esper Kallás, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP em entrevista a Cláudia Collucci, repórter especial da Folha.
Segundo o médico, é preciso oferecer máscaras e álcool gel aos repórteres, especialmente se tiverem contato direto com os pacientes, mas ele reforça que a medida de proteção imprescindível é lavar as mãos sempre que possível.
O coronavírus foi declarado como pandemia pela OMS na quarta-feira (11) e, desde então, medidas têm sido tomadas por empresas e profissionais em suas rotinas de trabalho.
Não só para Redações, mas em qualquer empresa, é recomendável fazer um levantamento de profissionais que possuam alguma doença crônica que possa complicar uma possível contaminação pelo coronavírus.
Para Kallás, pessoas com idades avançadas precisam ser afastadas com prioridade justamente porque essa faixa etária tende a acumular problemas de saúde, mas ele adverte que esse limite de idade pode ser variável dependendo da distribuição da força de trabalho de cada local. “Se a gente conseguir tirar essas pessoas de atividades onde elas trabalham com muita gente e diminuir o contato ou até mesmo deixá-las trabalhando de forma remota, melhor ainda. Mas é claro que essas realidades vão depender muito de cada empresa, da necessidade e da importância do trabalho realizado”, disse.
Em vídeo publicado na Folha, o infectologista respondeu a várias perguntas sobre o novo vírus. As questões variam desde a necessidade de fazer o teste até se o contágio pode se dar pelo compartilhamento de microondas no trabalho.
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